sábado, 30 de junho de 2018

A história da E. E. Prof. Plínio Paulo Braga

A escola tem história

Por Daniela Santos

          A tradição oral se faz muito presente neste resgate histórico da escola. É de relato em relato que o emaranhado do fio desta narrativa se materializa. Quem nunca ouviu a expressão popular “já perdi o fio dessa história”? No caso da E. E. Prof. Plínio Paulo Braga esse fio já estava sendo consumido pelo tempo. Rememorar os acontecimentos dos momentos idos e trazê-los à tona é o meio de fortalecer o elo entre nós aos antepassados, além de proporcionar à geração atual inspiração para perpetuar essa prática a seus descendentes, formando continuamente essa trama.
        Tudo começa em 26 de junho de 1938 quando fora aprovada a criação da Escola Municipal Mista do Taboão, no dia 02 de janeiro de 1939 ela se concretiza, atendendo aos moldes de educação mista. No ano de 1943 acontece uma reorganização do ensino municipal, ficando 2 escolas primárias noturnas e 4 escolas primárias rurais sendo uma no distrito do Taboão. Após quatro anos, a rede se expande, passando a ter 6 escolas: 1 Escola Noturna na sede, 1 Escola Mista Rural da Vila Rio de Janeiro, 1 Escola Mista Rural do Taboão, 1 Escola Mista Rural do Cabuçu, 1 Escola Mista Rural de Cumbica e 1 Escola Mista Rural de Bonsucesso. Em 27 de maio de 1950, por contarem menos de 30 alunos matriculados, a escola que funcionava no Taboão fora transferida para o Bairro dos Alves cumprindo a Lei n. 96, de acordo com o livro Cronologia Guarulhense, de João Ranali.
         Ressalta-se que em meados do século XX, as escolas eram rurais. Funcionavam, por vezes, de forma improvisada em construções oferecidas pela sociedade civil e até mesmo pelas instituições religiosas. Quase ao lado do que hoje conhecemos como Mercado Dia, era mantida a Escola Municipal Mista do Taboão até a data de sua desativação em 1950. O terreno do grupo escolar no qual atendia a comunidade local e circunvizinha era do Sr. Silvestre Pires de Freitas, um dos comerciantes pioneiros do bairro. Ele sensibilizado com o crescimento da população distrital e esta sem os recursos necessários para sua evolução, fornece à comunidade parte do terreno que ele possuía ao lado do seu armazém para a construção da escola a qual, a partir de então, entraria em atividade com apenas 1 sala de aula.
       O primeiro estabelecimento de ensino da antiga Rua Santa Isabel, atual Otávio Braga de Mesquita, como pode-se perceber, é datado do final da década de 30 estando na competência da Prefeitura Municipal. No final de 1951 a Prefeitura inicia o processo de desapropriação de terrenos no Taboão e no Bonsucesso para a construção de Grupos Escolares. Em 1956, atendendo a política de expansão da rede pública de ensino, promessa de progresso naquele período histórico, torna-se de alçada do Estado a construção do Grupo Escolar denominado Grupo Escolar do Bairro do Taboão no lote desapropriado, a data oficial de sua fundação pela Secretaria de Educação de São Paulo, apoiada no Decreto 19.698 D.O, é de 21/11/56. Com arquitetura modesta, distante das estruturas das escolas públicas elitizadas, o recém inaugurado Grupo Escolar do Bairro do Taboão dá início ao ano letivo no ano subsequente a sua origem.  Estava à frente desse trabalho o Sr. Francisco Silva Franco. O público da escola localizava-se principalmente no bairro do Taboão, no Jardim Paraíso e no Jardim Marilena e em outros bairros periféricos de Guarulhos.
      Dois anos após o ato de sua criação, a escola passa a receber o nome Prof. Plínio Paulo Braga em homenagem póstuma ao professor de outra região de São Paulo por meio do decreto 31.564, de março de 1958. Prática comum nas escolas, de acordo com dados da Secretaria da Educação, das 5 mil escolas da rede, 2.587 unidades de ensino têm nome de educadores, sendo 1.779 de professores e 805 de professoras até o ano de 2016. "Preservar a história e homenagear aqueles que contribuíram de forma positiva para a educação ou com grandes exemplos para o mundo também é missão da rede estadual paulista. Como forma de valorizar essas personalidades, cada unidade escolar tem o seu patrono, como professores, educadores, compositores, poetas, entre outros, que permanecem vivos na memória de cada um." Ideia presente no site oficial da SEE.
       Há de se frisar que neste ínterim,  Carlos Cunha Rocha, professor padrão do Plínio, substituía o Sr. Francisco sempre que fosse necessário. Outro dado importante relatado pela ex-aluna Maria Júlia desta década, neta do Sr. Silvestre Pires de Freitas, era de que onde hoje é o pátio da escola, tinha um poço. Ela forneceu fotografias, a imagem será disponibilizada no acervo do Blog. Ademais, juntamente com a  E. E. G. P Plínio Paulo Braga, são inauguradas em 1957 a E. E. P. G. José Scaramelli a E.E.P.G. Ennio Chiesa.
        Entre a década de 50 a início da década de 70 a construção da antiga escola rural localizada onde hoje é o estacionamento do supermercado Dia, ainda era utilizada como extensão da E. E. Prof. Plínio Paulo Braga cuja sede ficava na esquina da Octavio Braga de Mesquita, n. 4674. O barracão fora aos poucos sendo demolido cedendo lugar a um novo comércio naquela área. A escola passa a funcionar após sua demolição em apenas uma localidade. Ela na época atendia moradores guarulhenses e  filhos de imigrantes.
        No início dos anos 70 com a chegada da modernização, bairro a todo vapor com a vinda de novas indústrias bem como a ampliação da iluminação pública, a Octavio Braga de Mesquita recebendo sua primeira pavimentação e a melhoria nos canais de telefonia. O professor Elio Giunzioni assume a direção da escola. Neste período, o prédio funcionava com apenas duas salas de aula e a extensão do outro lado da rua, em meados de 70 a escola é ampliada com novas alas. O Sr. Elio permanece ativo até a data de sua aposentadoria em 17 de novembro de 1984. Neurides Migliavacca Barbosa, sua assistente de direção, é, a contar dessa data, designada temporariamente neste cargo.
        Judite Ferrato Bertocci toma a liderança da escola na década de 80 a 90, tendo como Assistente de Escola a professora Roseli Pereira Paneque Sanches. Roseli chegou a conviver na escola com o Sr. Elio até a chegada de sua aposentadoria. Ela iniciou sua carreira profissional no Plínio em 1981 como professora do ensino primário e no ensino ginasial em 1986.  Lídia Miralles Piqueras é nomeada diretora efetiva em 20 de outubro de 1988, mantendo a Roseli como vice-diretora. Dona Lídia se aposenta em 20 de novembro de 2013 e a professora Roseli em 2016.
        Salienta-se que antes de 1999 o estabelecimento de ensino Prof. Plínio Paulo Braga pertencia a Primeira Delegacia de Ensino de Guarulhos. A Reestruturação pautada no Decreto 43948/99 | Decreto nº 43.948, de 9 de abril de 1999, no governo de Mário Covas, instituiu a alteração da denominação e a reorganização das Delegacias de Ensino.  A Primeira Delegacia de Ensino de Guarulhos é desmembrada em duas partes, tornando-se o que atualmente conhecemos por Diretoria de Ensino Guarulhos Sul e Diretoria Guarulhos Norte. Após essa modificação, a escola Plínio passa a ser da jurisdição da Diretoria Guarulhos Norte. Todos os documentos desta instituição são transferidos para a nova Diretoria.
         Vilma Claro dos Santos, professora do Ensino Fundamental I da escola desde 06 de maio de 2008, é designada a ocupar a função de diretor na ausência de um efetivo em 2013,  permanecendo até a convocação dos novos diretores do concurso de 2017. Sendo cessada em 16 de janeiro de 2018.
       No ano de 2012, a escola oferecia ensino nos três turnos, Fundamental I, Fundamental II e EJA. Em 2014, das 12 salas de aula do Plinio, 2 da ala da quadra foram desativadas para funções complementares: 1 para locação da Sala de Informática (Acessa) e a outra para Sala de Leitura.
         Implantada na escola desde 2003, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) deixa de ser ofertada à comunidade em 2016. Nesta época, a E.E. Plínio Paulo Braga era uma das 11 de um total de 86 escolas que atendia a demanda da rede estadual no município,  isto é, fazia parte dos 12,8% da totalidade da rede em Guarulhos e naquele ano encerra o acesso à educação formal àqueles que não tiveram condições de permanência na educação na idade própria. Foi uma das maiores perdas que a comunidade sofreu desde sua fundação. 
      Após saída da Sra. Vilma, Eduardo Coelho assume a direção da escola onde permaneceu até a chegada da nova diretora efetiva em julho de 2018. Sua estadia foi breve, todavia nos foi muito importante, ele contribuiu intensamente com a democratização das informações, além de apoiar este e outros projetos desenvolvidos na escola. 
        Em 24 de julho de 2018, Ana Paula Mendes Perejaslov Guedes deixa de exercer suas funções como gestora da E.E. Haroldo Veloso Brigadeiro, passando sua sede para a E. E. Prof. Plínio Paulo Braga.
         Atualmente a instituição conta com 19 salas de aula do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental II, funcionando em dois períodos: manhã e tarde. Conforme uma pesquisa realizada na escola 35,3% dos 221 alunos entrevistados do período da tarde residem no bairro Jardim Marilena, 19% no Taboão, 13,1% em outro bairro perto da escola, 8,6% em outro distante, 7,2% no Jardim Santa Inês, 6,8 no Jardim Paraíso e 9,5% noutros nos arredores.  

2 comentários:

  1. Muito bom esse blog. Amei conhecer um pouco da história da escola na qual estudei da primeira a terceira série. Estudei os dois primeiros anos no período da manhã. Minha mãe ia me levar e me buscar. Como morava um pouco longe da escola e pegava ônibus, chegava cedo da escola e ficávamos esperando nos barzinhos em frente a escola onde hoje é agora as Casas Bahia.Lembro quando estava na primeira série com a Prof Albertina no ano de 1999, no dia que foi plantada o Pau Brasil, infelizmente logo foi , se não me engano, arrancada pelos alunos.

    ResponderExcluir